segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um domingo na área canavieira do RN.

Ontem para mim foi um dia bastante especial.  Sai cedo de Natal no sentido a São José de Mipibú, cidade bem próxima a Natal, onde realizei minha primeira parada na Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais daquele município, lá já estava o companheiro Gilberto Silva(Conterrâneo) e Erivan do Carmo(Cel.Ezequiel), respectivamente Assessor e Secretário de Juventude da Federação dos Trabalhadores na Agricultura - FETARN, além da Presidenta, é isso, Presidenta mesmo, a Senhora Inês, e também Graça funcionária antiga do Sindicato que ainda trabalha naquela instituição.

Conversávamos sobre as mobilizações na segunda metade da década 80 até a segunda metade da década de 90, ali naquele espaço aguardando a chegada dos agricultores e agricultoras, cortadores de cana-de-açucar, homens e mulheres; Lembravá-mos que naquela época a mobilização era forte, pois a pressão das empresas junto aos trabalhadores para que eles não participassem da assembléia do Sindicato era mais forte ainda, mas os trabalhadores vinham em peso participar da reunião.

Quando ainda pensávamos que a conversa se estenderia, começou a chegar algumas mulheres e seus respectivos companheiros, filhos, vindo dos arredores bairros da cidade, em seguida chega dois ônibus literalmente lotados, homens na sua grande maioria, trabalhadores rurais, cortadores de cana, que ao chegar assinavam a lista de presença, e iam rapidamente a cozinha, tomar água e café, em seguida sentavam-se na cadeira a espera do início da sua assembléia. 

A sala já cheia e alguns reclamando que a reunião não começava, foi quando numa rápida conversa entre Gilberto e Inês, resolveram iniciar a reunião. Me vi alí voltando no tempo, a leitura da Pauta da Trigésima Campanha Salarial, veja só 26 anos depois, escuto ecoar na sala os pleitos dos trabalhadores rurais, salário de R$ 680,00, Férias, 13o Salário, Salário Remunerado nos sábados, domingos e feriados, Cesta Básica com itens definidos na Convenção, e outras reivindicações. Após a leitura vem aquele momento crucial, o de colocar em votação, quando o Assessor pergunta, quem for a favor da Pauta de Reivindicações levante a mão, de repente um silêncio toma conta da sala, olhares são trocados e rapidamente em gestos iguais levantam as mãos e aprovam por unanimidade as suas reivindicações, seus desejos ali escritos.

É, o tempo passou mas a luta ainda continua, e como continua, viva, latente nas mentes daqueles sujeitos da história.  Após os aplausos, para eles, se encerra a reunião, se distribui brindes entres os presentes, sorrisos largos, esperanças de dias melhores, se encerra mais um momento na vida daquele Sindicato.

Em seguida me dirijo a minha segunda parada em Goianinha.  Bem em Goianinha só na minha próxima escrita...

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